Brasil 200 anos: apropriação ou resgate?

por | set 8, 2022 | 16h

Na quarta-feira, 7, as principais cidades do país foram inundadas por um mar verde-amarelo em celebração dos 200 anos de Independência do Brasil. O que se viu nas ruas de todo o país, foram famílias inteiras orgulhosas das cores de sua bandeira. Nenhum incidente violento foi registrado, apesar do número recorde de pessoas.

No entanto, não faltaram aqueles que criticaram a presença dessas pessoas nos eventos pátrios. É fácil entender que um governo seja criticado, que os políticos sejam cobrados, mas difícil compreender o ataque às pessoas de bem que deixaram suas casas para, democraticamente, defender, por exemplo, a liberdade.

Os críticos do governo preferem taxar as pessoas de verde-amarelo, de fascistas, retrógrados, atrasados, violentos, radicais, extremistas e, agora, de terem se apropriado dos símbolos nacionais. Nos 14 anos em que a esquerda esteve no poder, o verde-amarelo e o hino nacional, por exemplo, deram lugar ao vermelho comunista e ao cântico da Internacional Socialista. Portanto, o que temos é apropriação ou resgate?

Resgate do civismo, do respeito aos símbolos que enaltecem um país gigante, habitado por uma ampla maioria constituída de pessoas batalhadoras, que só querem ter o direito de ir e vir, de educar seus filhos e dá-lhes de comer. O Brasil, em comparação com as demais nações latino-americanas, os EUA e a Europa, é uma ilha.

Claro, continuamos a padecer de problemas crônicos, de uma desigualdade social severa, serviços públicos caóticos e violência. Por outro lado, muitas coisas estão bem melhores no Brasil que em outros países, para desespero daqueles que, agora, taxam velhinhas de nazistas.

Enquanto a Argentina derrete numa inflação sem controle, a Venezuela, expulsa mais de 5 milhões de seus habitantes, os EUA, principal potência mundial, se depare com a maior inflação desde 1981, e a Europa condene, por meio de uma agenda progressista, a que sua gente morra de frio e fome, o Brasil se destaca pela estabilidade, segurança jurídica e a produção de alimentos.

Não se trata de passar pano para o presidente da República. Jair Bolsonaro chefia um governo que está longe de ser maravilhoso. Em muitos casos, podemos dizer que o Brasil está bem, apesar dele e não por causa dele. Mas é fato que o país se mostra forte como um gigante.

Temos o menor índice de desemprego desde 2015. Todos os índices econômicos sendo revisados para cima. Depois dos EUA, União Europeia e China, é o principal destino dos investimentos estrangeiros no mundo. Mesmo a violência, enraizada nas grandes periferias e grotões, tem sido reduzida paulatinamente.

Em 2022, tivemos o 7 de setembro mais expressivo da História. Ignorar o que nossos olhos viram, não é somente um erro. Atacar, criticar e deslegitimar um governante é do jogo político, mas fazê-lo contra as pessoas, é de uma estupidez e arrogância inaceitáveis.

Ao contrário das eleições em que o voto é obrigatório, ninguém foi coagido a sair nas ruas na quarta-feira. Muito menos a vestir as cores do país. A multidão deu um recado claro para aqueles que insistem em semear a discórdia apropriando-se da narrativa democrática.  

Por Marcelo Rech

InfoRel

Imagem: CNN